segunda-feira, 18 de abril de 2011

Danilo e Danielle: sobre a breviedade do amor.

Danilo se perdia nas curvas de Danielle mas era em outras esquinas que ele derrapava.

E assim começa e termina mais uma história comum com personagens ordinários...Mas estão são as melhores não são?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tudo faz parte da mesma história (in)comum.

O que fazer quando as luzes se apagam e as sombras refletem os medos...
Sobre a minha cabeça o balançar lustres acesos, com a intensidade de luz lunar em noite de verão, de algum modo faz a escuridão cintilar em espiral...

“Eu estava mais do que cega, presa nas circunstâncias. Você já foi convidada por um argentino, que se dizia grego, para passar a noite no barco dele? Eu já!”


E enquanto ela tenta lembrar o que foi que aconteceu em nós, que nos trouxe até aqui, ressaltando as passagens poética e felizes, eu recordava das dores que me levaram até ela, dos adeuses que foram necessários, das distâncias, das lutas sem oponentes, do gosto de sangue na boca que trouxeram o fel da felicidade até nós.

Eu fecho os olhos e as histórias se confundem, o mar invade a serra e o deserto acaba em asfalto. Os gostos se misturam, cereal com tangerina, sua boca com a minha em uma profusão de ausências.

Como se estivesse indo de volta para lugar algum, onde comecei a viver.

Um sentir falto do vazio que era bordado com minúcia nas nossas almas pelo tempo que corria rápido demais. Um surfar naquelas ondas que ditavam as palavras. Era como estar novamente nas boates que só apareciam quando estávamos bêbadas demais para lembrar. Experimentar de novo os sentimentos que só se faziam presentes quando já não sabíamos quem éramos... Os erros que só se mostravam no escuro dos quartos e nas luzes dos bares.

Sei que: nosso amor antes de ser feito de momentos felizes foram misto de sangue e lágrima de outros amores, mas mesmo se eu traçar o caminho de volta, mesmo se eu recordar o porquê e os porém, não vou chegar nem perto do motivo e das causas que ela tenta esquadrinhar com sua caneta e com os momentos felizes, talvez eu esteja errada e deva apenas esquecer do passado e de seus caminhos tortos!
Ou talvez seja o fato de eu deixar dorir as memória que possibilite adocicar o presente. Vai saber...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

CASO SÉRIO

Sem hora marcada ela apareceu na minha porta, feito assombração irrompeu sala adentro preenchendo o ar com seu perfume. Era difícil encará-la avivava memórias que eu me esforçara a esquecer, respirei o mais fundo que podia e a olhei nos olhos e para o meu azar vi o mesmo sorriso que me conquistou anos atrás.

Como ela era capaz de manter depois de tantos anos o mesmo sorriso juvenil, o mesmo frescor? O tempo ao foi tão bom comigo, minhas feições denunciavam os anos, aos meus sonhos somaram-se rugas, meus devaneios perderam aos poucos a coragem, o fervor, sorria com os poucos dentes que lhe restavam.
O que ela queria de mim? Seja lá o que fosse eu estava disposta a dar-lhe tudo, daria tudo para que ela saísse dali, da minha sala, da minha vida. Ela abriu os braços esperou um abraço que não veio.

- Não mereço um abraço?

- O que quer?

- Que me responda uma pergunta.

- Certo. Então pergunte, seja breve estou esperando companhia.

- Sério? Uma Garota nova?

- Era isso que queria perguntar, se estou saindo com alguém, que importância isso poderia ter pra você agora?

- Não é isso que quero saber.

- Então o que?

- Queria te perguntar se você lembra o nome daquela música que costumávamos cantar?

- Ãhm? Música?

- Sim, aquela música, cantávamos sempre, não lembra? Sempre que saíamos ela tocava, não importa onde íamos, ela sempre tocava e quando não tocava nós enchíamos o saco dos DJS para que ele tocasse... Não consigo me lembrar do nome.

SORRI.

- Você nunca lembrava do nome.

- Eu sei, por isso vim te perguntar.

- Eu também não me lembro, bebia muito naquela época, eu não lembro de muita coisa.

- Uma pena.

- O que?

- Uma pena que você não se lembre.

- Bom, você também não lembra então estamos quites.

- Isso quer dizer que você realmente me esqueceu?

- Eu não te esqueci...

- Mas não lembra da música...

- É, não lembro da música, mas me lembro muito bem de você ter me trocado por um cara qualquer e sumido...

- Você não muda não é? Sempre se apega as coisas ruins e não lembra das partes boas...

- Olha já esta tarde, se era só isso que você queria eu não posso te ajudar, me dá licença que eu...

- Vai se encontrar com a menina da vez...?

- Não é a menina da vez, é A menina...

- Achei que eu fosse A menina...

- Não se superestime, ok?

- Mas foi você que me disse, disse que ia me amar...

- Cala a boca! Não ouse terminar a frase. Não importa o que eu disse antes, simplesmente não importa...

- Ok... Ainda me odeia?

-Não perderia meu tempo t odiando.

UMA LÁGRIMA.

- Então é isso, acho que vou indo...

- Vá.

- ...

- E não volte!

Ela recolheu seu sorriso, prendeu o cabelo em um coque, eu recolhi minha mágoa e antes que ela fechasse a porta atrás de si eu disse: “Caso sério”.

- Ãhm?

- O nome dá música... Era caso sério.

- Sim, era este o nome, obrigada, não esqueço mais.

E saiu cantarolando

“ você e eu somos um caso sério, refrão de um bolero, dose dupla, Românticos em cuba-libre...”

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Coisas de casamento.

Uma prostada na cama.

Outra em pé impaciente, pergunta: você já decidiu se vai ao sepultamento do seu tio?

Sem sequer tirar a cabeça do travesseiro a Uma diz: Meu, sei lá quero ir, mas não sei ainda.

Prontamente a Outra retruca: E você sabe quanto tempo vai demorar para decidir? Porque eu preciso que você vá ao mercado comprar sabão em pó!!

(mentalmente a Uma pensa: Puta insensível do caralho... Vem falar de roupa suja neste momento)

Travesseiros voaram da direção da Outra, palavras de rancor na direção da Uma, que por fim, foi comprar o sabão em pó.

E "curtiu" o luto na fila do supermercado.

Mas casamento é assim mesmo...Ou será que não?

sábado, 5 de junho de 2010

Outro dia desses eu parei no ponto de onibus
e resolvi ir a pé

quarta-feira, 14 de abril de 2010

das palavras AMORais:

com o peito a arfar ela diz:

-existe um pedaço de mim, que deseja fervorosamente seu corpo ao lado do meu para sempre, para amar e cuidar, mas existe um Outro pedaço...

um Outro que só quer pegar nos seus peitinhos na saída da aula de estatística!

Uma pena que meu desejo é sempre o desejo do Outro...

então a aula já acabou??

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Da série : palavras AMORais

-Imagina, que vida chata! Vai, imagina! É o mínimo que você pode fazer...imagina porra!!u
Uma praia deserta, sexo apaixonado na areia, dry Martini, casamento intimista, casa nova, decoração minimalista, um cachorro, um bom emprego, uma promoção, filhos, fraldas, mais filhos, mamadeira, sexo burocrático, demissão, no sexo at all, brigas, um ménage à trois, silêncio, um affair, brigas, mais um filho, morre o cachorro, mais um affair, os filhos saem de casa, silêncio, silêncio, silêncio.... Imaginou? É isso que você quer da sua vida?
- (silêncio)

E acabou antes de começar. Tem horas que é melhor não pensar no futuro.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ah, a juventude!

Brinquei de ser babá este final de semana. Levei duas jovenzinhas para uma maratona de cinema.

Agora entendo as crises de meia idade e toda aquela necessidade/vontade de juvetude.

Não é que eu me sinta exatamente velha, mas acabei por sentir a juventude delas.
Toda aquela de "ignorância" cativante junto com uma felicidade que desconcerta, tão característica do comecinho da adolescência, me deixou a um passo de me converter à pedofilia.

O problema é que eu sou "adulta" demais para tranformar desejo em ato.
Por que será que nos levamos tão a sério?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Memórias Amoras

- " A maneira que eu me relaciono com a sua memória não é uma relaçao com formas humanas concretas. Na verdade voce nao é uma pessoa.
Acho que voce é um pedaço
de mim.
Brigando para ganhar Vida.
Forma. ato"

Doce-amarga memória.
Doce-amarga memória.

a-mórula.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Da série: Palavras AMORais:

Encontrei-a no ponto de ônibus, não contive a excitação e falei:

-Sonhei que te comia no elevador da faculdade.
-Mas você tem namorada.
-Ela estava no sonho também, vendo tudo pelo circuito de câmera interna.
-E o que aconteceu, ela se irritou? Terminou com você?
-Nada, disse que saber que eu era capaz de fuder alguém daquele jeito, me amava ainda mais.
- é... reação assim só em sonho mesmo!!!
-...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

DUPLO ECLIPSE OU DIVERSÃO EM DIA NUBLADO

Tampe cada um dos olhos com uma das mãos sem,
no entanto, tocar o rosto.
De forma especular com o parceiro(mão-olho),
movimente, lentamente, suas mãos de um olho
a outro olho.

sábado, 28 de novembro de 2009

Sua Beleza despretenciosa

Lá estava ele.

Um pouco tímido, levemente pálido.

Lindo.

Voce tem uma beleza singular. Despreocupada.

Voce faz minha aula ter uma outra graça. graciosidade, pra ter menos risco de parecer uma zombaria.

Pensei em te enviar um bilhete anonimo : "sabe, a sua beleza despretenciosa faz o tempo passar de uma maneira muito mais suave. anseio por encontra-lo mais uma vez."

Tem coisas que mexem tanto com meu senso estético que sinto o impeto de comunicá-las.
Não que isso seja importante pra pessoa. deve ser pra mim mesmo, acho que sinto essa vontade de extravasar.

Me sinto meio bobo de achar tanta beleza em um cofrinho.
Mas o seu nao é qualquer um. não mesmo.

Acho que é o cofrinho mais encantador que eu ja tive a sorte de encontrar.

domingo, 6 de setembro de 2009

(...)por anos caminhei pelo mundo, como quem cruza uma ponte sobre um rio, certa de que o chão firme do outro lado reconheceria meus pés como amigos, e que a ponte resistiria a minha travessia e que lá ela ficaria até o momento do meu retorno.
Mas o chão se abalou com a retidão dos meus passos e a ponte desmoronou com as minha certezas.

Quem irá perceber as cores e os cheiros das pessoas que não existiam, mas estavam lá?

Como ver tudo azul se nos pedem para pensar em cinza?

Como? Se permanecemos com os olhos criteriosamente vestidos de preto-luto ou branco-casto?


De repente meus olhos só vêem igualdade, em uma democracia colorida, um certo abandonar-de-si emerge, como uma expressão involuntária de inocência.

(...)e eu percebi que o mundo não tinha molde, parecia ter saído de uma caixa mágica( ou seriam várias caixas?)e que tudo, tudo mesmo podia acontecer... inclusive porra nenhuma... e isto sim era um acontecimento!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

think!

WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK?WHATAREYOUTHINK? WHATAREYOUTHINK?
WHATAREYOUTHINK? WHATAREYOUTHINK?

WHAT ARE YOU?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"Falamos a sua língua mas não entendemos seu sermão"

Um jovem olha para o pai e pede perdão, o pai lhe diz complacente "errar é humano, está perdoado."

Mascando chiclete no peitoril da janela e sorrindo bobamente para vista, pensava: errar é de direito e humano, logo posso fazê-lo com certa constância.
Ignorando a ignorância explicita na frase...

Pulou.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sessao da Tarde

- Que filme voce gostaria de viver, filho?

Disse uma vez uma mãe para entreter seu filho. que a perturbava com sua inquietude e movimentos aleatorios de um lado para o outro. enquanto ela se esforçava pra realizar suas compras.

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[E voce?

Qual superproduçao voce escolheria?

Qual personagem voce seria?

Quem seriam os outros personagens da trama?

Qual final escolheria?]
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Após segundos olhando fixamente para os movimentos labiais e o som nervoso que parecera ouvir sair de sua Mãe.

De certa forma nem ouvira. de certa forma nem falara.

Ele Volta a si.
com pensamento fértil e desordenado. dirigia seu próprio filme entre selvas e monstros e marcas em prateleiras em pessoas. armava seu exercito de confeitos imaginarios e insignificantes. Corria de plantas vitaminadamente medonhas e maternalmente saudáveis.
voava por cima disso tudo. Parava. Pairava. Esquecia.

E... Vive um outro desconexo e relapso sabe-se lá o que.

Incomoda sem notar a ordem da lista de sua mae. Pisa no pé de um outro comprador aflito por nao achar a sessão desejada.

Inventa uma vida-Tempo. que jamais uma camera de segurança conseguira(á) capturar. que jamais ousarao produzir ou dirigir. e falharao ao tentar descrever.

A alegria de inventar alegria sem se dar conta...


Tudo isso tambem sem culpa ou memória.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Fábula do escopo?

Num belo dia de sol um Animal de um lugarejo desertico qualquer gostaria de transformar sua vida em fábula.

[Talvez pra ser menos sozinho. ver alguns despropósitos. conhecer e desconhecer a si mesmo. sentir cores inexistentes.
Sair de sua (Instintiva) rotina.

Só que ele resolveu fazer ao contrário.]

Resolveu que escreveria um humano sem moral durante ou no final.

[Por ter distraido em fabular e imaginar cousas que nao eram desse mundo. ou de qualquer outro. Antes que ele pudesse por no papel. ou na areia que fosse. foi morto e comido por um predador qualquer.]

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Era uma vez...

...fui visitar minha avó e voltei para casa de ônibus, banal não? Em todo caso eu acredito que são das situações banais que surgem as maiores revoluções (em mim ao menos...).

Visita corriqueira, entrei, lanchei, saí, fui recebida com lágrimas e a na saída fui brindada com benções.

Havia uns cinco anos que não via a velha, fomos visita-la apenas para apresentar meu sobrinho a ela, ao ver a linda-família-estruturada-comercial-de-margarina da minha irmã, a matriarca resolveu se dirigir a mim e perguntar: “e você minha filha quando vai casar e me dar mais um bisnetinho ?”

O que se seguiu foi uma série de desculpas pré-programadas para situações como estas, para intromissões familiares, “blá blá blá... tenho que terminar a faculdade, nhé nhé nhé... tenho muita vida para viver antes de casar...”.

Eu poderia ter dito simplesmente a verdade, dizer que apesar de estar em um relacionamento estável acerca de sete meses, dificilmente me casaria, (ao menos não nas concepções católicas da minha avó) e que seria praticamente impossível para mim dar a ela mais um bisneto, por um motivo simples, porque sou homossexual.

A justificativa excusa veio a minha mente espontaneamente como se fosse fruto de dias de reflexão, mas não foi por outra coisa que não respeito (confesso que no momento ainda irrefletido) que não ofereci a mãe do meu pai, a pureza da verdade.

Respeito à sua idade, a sua geração, aos seus convencionalismos, foi por respeito as suas verdades que não expuz a minha verdade, reconheci que derrepente esta de certa maneira poderia agredi-la.

Como não havia porque querer isto, me calei, não iria ganhar muita coisa com o embate, com a relação belicosa das verdades...

E derrepente cai em mim...

Eu que guiada pelos livros da minha estante a tempos gritava que os encontros, que os esbarrões, que o desconcerto, que a dúvida instaurada pelo esboreamento de uma verdade suposta universal era a força motriz de mudanças, a própria revolução, molar ou molecular, o ínicio era dúvida, não a dúvida que mata, que mortifica a verdade do outro, mas dúvida que multiplica.

Não era o caso. Preferi não revolucionar. Por sentimentalismo talvez, como respeito, como havia dito antes, senti que apontava facas para os meus queridos livros da estante, que lacerava os meus franceses barbudos.

Opa...será que fui corrompida pela loucura paradoxal da classe média? Certamente e sem sombra de dúvida não há como afirmar que tenho certeza de nada.

Disso eu estou certa!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Entre um seriado e outro eu penso...

Que fuga derradeira é esta que executamos com tanta maestria pelas esquinas e que insistimos em chamar de vida?

Mudos como a morte perigrinamos infatigáveis, passando por alturas que não vemos e tomamos como planícies assim como nossas supremas certezas, retas e lineares, atravessamos cegos, buscando nos desconhecer, gritando "SIM" para todos os cruzamentos(ansiando a colisão, daquelas que não deixa nem rastro), ignorandos as pontes.

Não tem solução, é como destes quadros tortos na parede que ficamos compulsivamente tentando indireitar( pensamos: a culpa é do gancho, do prego, do martelo, da parede, a culpa é do quarto...) mas se alinharmos a moldura é a gravura que fica torta.

sábado, 27 de dezembro de 2008

natal, ah o natal!

o que o natal lhe transmite?
de verdade, o que o natal lhe transmite?
paz?!
renascimento?!
esperança?!
...
sério?
é sério que é isso que o natal lhe transmite?
putz.
putz.
putz.
pensa bem, sinceramente....
putz!

domingo, 7 de dezembro de 2008

por uma utopia

sonhei com um tempo em que nao era preciso.
nao era preciso precisar.
nao era preciso.
talvez esse tempo nunca tenha existido e exista.
talvez seja preciso.
talvez.

domingo, 30 de novembro de 2008

"20 anos de (não) olhar-se nos olhos, 20 anos de limpeza"

Eu estava no banco do carona do carro de uma amiga minha, ouvindo tranqüilamente o som de uma banda de rock brasileiro já extinta, enquanto ela, a motorista, argumentava calorosamente com a passageira do banco de trás, sobre a dificuldade que estavam tendo em fazer o trabalho de conclusão de estágio, mas o fato é ao pararmos no sinal nenhuma das três estava atentas ao que se passava na rua, uma pena, pois neste momento com a chuva que caia, se formava um pequeno arco-íris no céu (!), bem no momento que o cantor da banda cantava “Primavera chegou...”, cena digna de filmeco americano, bem como ignorávamos o clima, ignorávamos também o fato de que três sujeitos se aproximavam de nós aos brados e com armas em punho (!!), dizendo para sairmos do carro, uma pena mesmo não estarmos observando a paisagem.

Fatos como estes se tornaram corriqueiros na cidade do Rio de janeiro, naquela mesma rua do Engenho de Dentro mais três carros foram roubados naquele dia, fato que pude constatar no tempo que me mantive (ou me mantiveram) na delegacia tentando fazer o boletim de ocorrência, apesar disso pude observar que não fazemos a menor idéia de como proceder ao sermos assaltados.

Como agir diante de um assaltante não esta em nenhuma destas cartilhas que decoramos no decorrer da nossa vida, tendenciosamente ficamos lá paradas a espera de que o assaltante, que acumula nesta tragédia (ou comédia depende do seu nível de sadismo) a função de personagem principal, diretor e roteirista, nos dissesse o que fazer e eles não só disseram como berraram didaticamente o que fazer passo-a-passo, como quem ensina a crianças da alfabetização: “Sai do carro”, saímos, “passa a bolsa”, passamos, “me dá a chave”, demos a chave, que até este momento estava na mão da motorista, afinal mandaram sair do carro, mas ninguém havia dito nada sobre a chave, ficamos lá as três paradas no meio da rua a espera que alguém desse a próxima ordem, que foi dada pela buzina de um táxi, que estava preste a nos atropelar, só assim fomos capazes de ir para calçada.

Estávamos naquele momento reduzidas a crianças, esperando que alguém nos apontasse qualquer direção, pois a única coisa que sabíamos, até por que é incessantemente alardeada na mídia, é que em uma situação de roubo não devemos reAGIR.

O fato é que andamos pelas ruas das cidades em pequenas bolhas azuis, com músicas tocando alto em aparelhinhos fabricados na China, cujas condições de manufatura ignoramos, evitamos olhar nos olhos ou roçar os corpos, somos feitos de vidros blindados e insul-filme, a ordem é não se misturar, como efeito temos a completa alienação do mundo que nos rodeia e da noção que ainda pertencemos a ele.

È triste perceber como nossas ações podem ser majoritariamente automáticas e que qualquer coisa que fuja de um certo padrão nos torna completamente incapazes de agir, como pequenos robôs de autonomia reduzida, seguimos pequenas ordens, que nos chega através de placas de sinalização, vire a direita, proibido estacionar, não fume...Ignoramos a cidade, fazemos dela mais uma passarela para desfilarmos nossas conquistas, convicções e estilos pretensiosamente individuais, mas ela não nos ignora ou pelo menos não nosso carro zerinho.

Não vou ser simplista e afirmar que se estivéssemos atentas ao que acontecia ao nosso redor, poderíamos evitar o assalto, mas ao menos teríamos a capacidade de abandonar a noção tão inflacionada de que somos vítimas, de que um outro ser maquiavélico veio até nós, com um reluzente pedaço de metal que mata e levou o nosso reluzente pedaço de metal de quatro rodas (que por sinal também pode matar), e assim abrir mão da ingênua posição de que a cidade violenta caiu na nossa cabeça e admitir que nós caímos junto com ela, um fato ruim não nos acontece,(não nos acomete), nós acontecemos nele, somos no final das contas causa e conseqüência.

Se tivéssemos olhado atentamente teríamos visto a favela que se escondia atrás dos prédios luxuosos, teríamos visto os meninos pedindo dinheiro no sinal, seríamos contemplados com a visão das pessoas andando apressadamente na rua pulando as poças que se formavam rapidamente com a chuva por falta de ter para onde escoar, dado a enorme quantidade de lixo nas ruas, crianças indo para escola, jovens indo para seus primeiros empregos ou estágios, (assim como nós), teríamos enfim, nos visto retratadas naquela cidade violenta e em suas contradições e poderíamos então agir, sem esperar que nenhuma placa nos dissesse como, pois aquela cidade, que até então tratávamos como algo externo a nós, e portanto não nos competia, agora virou parte indissociável de nós.

A cidade no momento do assalto apareceu para mim mais cinza, apareceu mais fria, apareceu mais suja, apareceu mais populosa, apareceu mais violenta, a cidade apareceu...

Nos éramos agora finalmente parte da cidade, do lado de fora do carro, molhadas pela chuva, sem dinheiro, sem documento, a cidade diante de nós, agora miraculosamente viva, era a única a quem podíamos recorrer, suas calçadas não eram mais somente um local de passagem, era abrigo, os transeuntes antes inimigos que apenas disputavam conosco o espaço, agora eram aliados que nos guiaram até a delegacia mais próxima.

Até um cara nos apontar uma arma no meio da fuça e gritar “ta pensando que vai aonde com esta bolsa?” e de sermos obrigadas a admitir “não sei, nem pensei” e sorrir nervosamente, para o assaltante (ou será para arma?) e ainda ter que pedir desculpas pelo equívoco, (que alías poderia ser fatal), vivemos do lado de cá de nossas bolhas furta-cor.

Será que devemos esperar uma situação como esta para começar a ver e pensar “quem sou eu passando, quem sou eu ficando”?

Sei lá, nem pensei.

alquimia

Um belo dia se percebe que o que separa o ouro da urina é um limite completamente arbitrário. Então se faz ouro da urina.
E se faz urina do ouro.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

normau

eu achava que era normal,
normal.
meio parecido,
o alívio de ser parecido.
até que fui desfeito,
devagar,
nem tão devagar.
devagar,
mas com força.
daí eu fiquei normau,
fiquei mal por não ser normal.
daí o tempo foi passando,
era como um teste.
um teste de fé,
fé na minha normalidade.
até que...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A espera do Coletivo silencioso

vivemos muito de extremos. aprendemos, bem cedo mesmo, o certo e o errado. o bom e o mal. nunca nos explicam muito bem o porque. aceitamos. passamos a vida inteira escolhendo entre. ainda, sabendo muito pouco o porque.

A questão: HÁ UM PORQUE?

ouso responder que SIM. sempre há um porque. CRIAMOS SEMPRE!

E esse porque é criado a cada vez que se questiona ou se pensa o 'por que?' - ou seja, a razão de algo!

Mas esse não é o 'porque' objetivo desse texto.
Mas sim uma das diferenciaçoes entre extremos que me motivou a sentir vontade de Cria-lo.

INDIVIDUAL OU COLETIVO.

OU????!?!?!?!?!

Primeiro ponto! Existe OU?!

Esse entrave poderia sintetizar tudo que eu pretendo escrever. mas vou além...

A maior parte das pessoas esta sempre a espera de algo IDEAL.
Muito bonito, acho.
Sem SONHOS, definitivamente não existiria o REAL.

Agora outra questão, o que nos impede de construir um Sonho?
E o jargão já dizia "Sonho que se sonha junto vira Realidade" [ou qualquer coisa semelhante].

Então por lógica se pensa. "sonho que se sonha sozinho é Só sonho".
De certa forma sim, mas é possivel sonhar SÓ?

Os mais ativos, militantes de uma causa, tão altruistas, pensadores DO coletivo. Estarão sempre dizendo: "É preciso abandonar o individualismo, sair do egoismo, achar a força do coletivo, construir grupos...". Ouso dizer que esses sao uns poucos romanticos sonhadores. [Não venho aqui também condenar o Romantismo ou tao pouco os sonhadores. Mas talvez esses não cheguem nem a formar um 'Coletivo'...]

De outro lado tempos os 'politicamente incorretos'. Tão literalmente pouco se fudendo pro Coletivo. Estão ininterruptamente pensando na casquinha do seu umbigo. Dinheiro, fama e poder sao quase que basicamente seu nome. [será que me cabe julgá-los?]

Curiosamente, ambos são cidadãos no dia do voto. Religiosamente desacreditam no que fazem. não sei se acham muito possível mudar algo por essa via. [será que por alguma via?]

Ambos voltam pra suas casas e seus umbiEgos. e continuam a se arrastar por sua vida Cotidiana, tributável e temporalmente regular.

CANSATIVO! CANSATIVO PRA CARALHO...[voce não cansa?]

Mas não tem jeito, né? o que fazer? o Mundo é uma merda...As pessoas tão ai, fazendo tudo igual...sempre do mesmo jeito.. e elas sao maioria, né? são maioria, né? sao maioria, né? sao maioria, né?
SÃO MAIORIA, NÉ?

(ainda) A espera do Coletivo silencioso

SÃO MAIORIA, NÉ?

Porra! NAO!! não são...
e são também!

E é ai que entra a parte sensível disso tudo!

"Até o bater de asas de uma borboleta faz diferença"!!!!
[pieguice!?]

Aos defensores saudosistas do COLETIVO. e aos 'cansados' INDIVIDUALISTAS. usarei as metáforas romanticas e populares. [assim talvez consiga sair desse hermetismo tosco que a linguagem me submete.]

O trabalho de uma formiga, que é forte, potente, carrega uma caralhada de vezes seu peso, é COLETIVO ou INDIVIDUAL?

A água, que infiltra, que vai minando toneladas de terra, que é potente, que destroi qualquer coisa, qualquer construção, é COLETIVO ou INDIVIDUAL?

O Beija-flor, que faz a sua bela parte, levando uma gota de agua pra apagar o incendio da floresta e diz que se cada um fizesse a sua parte o incendio seria apagado, é COLETIVO ou INDIVIDUAL?

Pros que gostam de PERGUNTAS acompanhadas de RESPOSTAS:
R: OS DOIS!

Exatamente pelo fato de pra todos os exemplos acima não haver diferenciaçao entre COLETIVO e INDIVIDUAL! a formiga nao tem assembleias a fim de decidir logisticamente qual será sua função.
a água, se nao for por forma de divindade, dificilmente será humanizada e terá 'reflexões' proximas do humano.
O Beija-flor nunca parou pra dar lição de moral em ninguem. provavelmente morreu INCANSÁVEL tentando fazer o que lhe parecia possivel pelo que SENTIA.

Não há diferenciação. diferenciação são necessidades humanas pra entender um movimento ilusório. são necessidades humanas pra entender as formas. ROMANTISMOs. ILUSOES. que são criadas. fora isso, tudo é caos. E no CAOS, tudo se separa e nunca se separou.


Somos esse caos, que nunca se separa e se separou. Toda minima atitude individual produzira Coletivamente. Todo Coletivo produzira Individualizaçoes.

Sinceramente acho uma briga infrutifera sobre qual dos dois é melhor... coletivo ou individuo.

Tudo isso será sempre movimento e nao movimento. Tudo isso será sempre Caos e singualizaçoes.
A existencia, por mais mediocre que seja, oscilará entre forma e nao-forma. mas nunca deixando de ser os dois. Coletivo e individual serão Um mesmo de qualidades diferentes. jamais se separarão ou pararao de se influenciar mutuamente - a nao ser que se deixe de acreditar nisso!!

Então, Falo por mim! EU Quero sempre poder bater asas frágeis, mesmo que aparentemente solitárias...

Pois Acredito que "o bater de asas de uma borboleta pode causar um furacão".

[mais um jargao] quem ta no olho do furacão dificilmente percebe o que se passa ao redor...

E me manter parado num lugar 'seguro', definitivamente, não é o alívio que eu preciso.
[até porque o furacão nunca ficou parado...]

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Hoje fitando o espelho, eu vi meus olhos vermelhos. Descobri que a vida que eu vivi foi ilusão.

(trecho da música Minhas Madrugadas de Paulinho da Viola)


As vezes me surpreendo quando estou a me olhar no espelho, passo horas em frente ao espelho sem perceber. Acho que perco a noção do tempo. Bem, muita gente tem esse estranho hábito de passar horas diante do espelho, eu não sou diferente.

É estranho notar que quando nos olhamos no espelho nunca estamos satisfeitos com aquilo que vemos. Defeitos estéticos, pequenas imperfeições, marcas da idade. Tudo é motivo para insatisfação. Mas estes aspectos estéticos não são os únicos que me incomodam quando me olho no espelho. Mais do que isso o que me incomoda de fato é que vemos o que somos e não o que gostaríamos de ser, é ver a nós mesmos e não o que gostaríamos de ver.

De certa forma nossos ideais sempre diferem de nossa realidade e sempre remetem ou ao passado; quando éramos jovens, quando fazíamos algo, quando tínhamos tempo, quando tínhamos isto ou aquilo, quando éramos felizes. Ou ao futuro; quando tivermos isto ou aquilo, quando tivermos tempo, quando nossos projetos derem certos, quando encontrarmos a pessoa certa, quando formos felizes. Ou ainda, e talvez este seja o caso mais freqüente, remetam a um futuro do pretérito, algo que seríamos se tivéssemos sido, se tivéssemos falado, se tivéssemos agido, se tivéssemos feito a escolha certa, se tivéssemos tido coragem... Como seríamos felizes se fossemos felizes.

Assim parece que nossos ideais estão sempre presos em um tempo que não é o nosso, que nunca é o tempo de “agora”. Ou seja, perseguimos uma felicidade que se encontra sempre no horizonte, como um cão que persegue o próprio rabo.

Assim me parece que os espelhos de nada nos servem, a não ser para nos incomodar, nos colocar diante de nossos sonhos impossíveis. Assim sendo, estes espelhos deveriam ser quebrados............. talvez seja essa a solução.... quebrar espelhos. Já viram um espelho quebrado? Refletem em seus minúsculos pedaços a mesma imagem, as mesmas imagens que são sempre diferentes umas das outras..... infinitamente diferentes. Milhares de olhares distintos sobre um mesmo objeto, milhares de possibilidades geradas por um mesmo objeto...... milhares de possibilidades geradas por um mesmo sujeito!

Talvez a felicidade possível não esteja no que fomos, no que seremos, ou no que gostaríamos de ter sido. Talvez a felicidade possível esteja presente nas infinitas possibilidades de ser, de ser agora tudo aquilo que somos, ou melhor, ainda de ser agora tudo aquilo que não-somos.... um constante tornar-se.

Uma felicidade possível não estava no lugar do qual partimos, muito menos se encontra no final de nossa viagem. Se a felicidade é possível, só é possível enquanto for a própria viagem.
Creio que devemos abandonar nossos ideais tão únicos, tão perfeitos, tão imutáveis, tão indivisíveis, em prol de um pouco de diferença, de multiplicidade, de imperfeição, de criação..... de arte.
Uma vez um lobo me disse: “Assim como a loucura, em seu mais alto sentido, é o princípio de toda sabedoria, assim a esquizofrenia é o princípio de toda arte, de toda fantasia”.Creio que ele estava certo........ afinal esquizofrenia significa espírito fendido, ou seja, esquizo é só um nome bonito para cindido, separado, partido, o importante é não ser uno, não ser indivisível.... seja um espelho ou um espírito.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Experimentando a cegueira

Já imaginou de repente o mundo inteiro ficar branco, amarelo, cinza, azul, preto, lilás. sei lá. sem contraste. sem forma. sem rumo. sem um sentido apreensível pela visão.
Bem, se você é capaz de ler bem o que escrevo agora é provável que nunca tenha temido isso. e se temeu é porque tem imaginação fértil ou é meio paranóico ou hipocondríaco, sei lá...

Mas é exatamente próximo disso a sensação do 'Ensaio sobre a cegueira'... claro que com exageros a parte, criticas também dos que leram o livro. ficando claro que não o li.

E que os defensores dos deficientes não se sintam moralmente atingidos.

Mas é muito angustiante estar entregue a cegueira. ao não ver a mão que te guia, o caminho do próximo passo.

Fecha os olhos. imagina isso pra sempre. é...Estranho

O olhar nos deixa seguro de tanta coisa, não?
Parece até que vemos todos e cada passo, será que vemos?
Será que vemos pra onde a humanidade, o planeta, o homem, nós mesmos estamos indo?

É a pergunta que me fiz quando vi o filme.
Essa e milhares de outras...

Será que quando tudo parece desordenado e inseguro nos agarramos a primeira mão que oferece terra firme?

Nesse momento me lembro do caso da Alemanha nazista, onde todos vivendo miseravelmente ansiavam por um porto seguro e abraçaram a hitler e seu regime totalitário e Facínora e Facista, assim como outros casos, menos brutais em quantidade mas não menos violento em torturas e prisões, como visto nas ditaduras pelo Mundo.

Eu me assustei em especial ao ver o filme, pois eu me senti muito próximo. Obviamente, não de uma epidemia catastrófica ou tão pouco de um regime fascista as claras, mas de um planeta onde as pessoas não enxerguem o Outro.
Vivendo em um certo fascismo não nomeado. Pois o ditador dessa vez está dentro de nós e não visivelmente simbolizável em um sujeito de bigode e penteado exótico. O nome dele é EGO. E Por ele matamos e morremos.

Então, tão ocupados em garantir uma sobrevivência medíocre e com pouquíssimos valores INDIVIDUAIS (Dinheiro, dinheiro, fama, poder e dinheiro) que muitas vezes esquecemos que existam coisas tão extraordinárias como sentir paixão, afeto, carinho, pela pessoa que está exatamente ao nosso lado.
Compartilhar alegrias, angustias, prazeres, belezas que só existem se houver esse Outro. Alias, ouso dizer, caríssimo, que só existe você se existirem os outros, ou seja, há Ego se houver Outro. há Existência se houver Diferenças!

E ai entra a angustia da personagem que é a única que enxerga no meio de todos os cegos.
A solidão. ter um poder que é grande mas que pouco adianta, pois a realidade se torna outra, se torna a dos que não enxergam, logo o 'ver' dela, significava um isolamento absurdo muito mais do que um exclusivismo. Muito mais [e pior] que um Egoísmo.

Estranho. te digo, sensações bem assustadoras e estranhas experienciar o entrar no filme. Achar que aquelas relações assustadoras são possíveis.

Mas não menos importante para estar pensando nessas questões tão pouco 'visíveis' no nosso dia-a-dia. sobre o mundo que criamos e estamos criando em nossas relações com os Outros...

Então Grito:
Re-Estranhemos. Re-Pensemos. Re-Abracemos. Re-Sorriamos. Re-Apaixonemos. Re-Vivamos!

E que a nem a cegueira, nem falta de tato, nem de audição, nem de paladar... nos fujam pra sempre...

nem tão pouco a capacidade de sentir.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Roda de Conversa

Boa noite.
Boa noite.
Boa noite.

Esse é meu Ego.
hum...Interessante!

Esse é o Meu Ego.
hum...Bastante Interessante!

E Esse é meu ego.
hum...Interessante...

EGOnadanadanadanadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaegonadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadana danadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaegoEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanada nadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOEGOnadanadaEGOnadanadanadanadanadanadanadanadanadanadaEGOnadanadanadanadaEGOnadanadanadaEGOegonadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanada nadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanada nadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanadanada
nadanadanadaEGOEGOego...

Nossa! já ta tarde...
Concordo.
É, também acho.

Muito agradável a noite com vocês..
Coincidência!
Digo o mesmo, queridos...

Boa noite.
Boa noite.
Boa noite.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Irá conhecer uma linda criatura no baile esta noite…………. Mas não vá se apaixonar.

(trecho do livro Os sofrimentos do Jovem Werther de Goethe)

Mas não vá se apaixonar............. mas não vá se apaixonar. Creio que este seja o conselho que mais escutamos ao longo da vida. Falo aqui não só de paixões por pessoas, tal como em relacionamentos amorosos, falo de paixões por pessoas, atitudes, idéias, objetos, arte, enfim... vida. Nossas ilusões de controle, nossa fantasia de onipotência, nosso sonho de auto-suficiência, fazem com que a paixão seja de fato algo temido, evitado, indesejado. Precisamos ser senhores de nosso destino, nada pode nos escapar e não podemos nunca demonstrar fraquezas, nem para nós nem para o resto do mundo. Tudo deve seguir seu devido curso e imprevistos são sempre malvistos. Agir por paixão? Por desejo? Por um “simples” querer?? Ora por Deus, isto não nos ‘e permitido, como poderíamos abandonar nossa tão querida racionalidade, nossas absolutas certezas para agir por paixão?? Como poderíamos abandonar nossas preciosas vidas.....para viver?

Talvez tenhamos coragem de,assim como Werther, perguntar “Por quê?”. Neste ponto as razões são inúmeras, mas todas elas poderiam ser condensadas em: “Porque você irá sofrer”. Ora todas as nossas tentativas de racionalizar e controlar a vida tem por finalidade exatamente não sofrer, e nós não podemos sofrer! Nunca, de maneira nenhuma a nossa vida não pode dar errado, nossa vida não pode sair do controle, nossa vida não pode ser............ vivida.

Mas não vá se apaixonar, não vá sofrer. Nos dirão os mais sábios, os mais sensatos. É bem verdade que podemos sofrer, é bem verdade que perderemos o nosso falso controle, é bem verdade que nos tornaremos mais vulneráveis, é em verdade que não seremos racionais.... mas e daí? Viver implica riscos de sofrimentos, decepções, dúvidas, angustias, tanto quanto de felicidades, alegrias, conquistas..... viver é por excelência um não-saber, um descobrir, um conhecer e isto nada tem de garantido, de certo. Felicidade não é um lugar a ser alcançado, é antes de tudo um caminho à ser percorrido... ou melhor ainda construído e reconstruído a cada instante. E obviamente, isso implica riscos. Ter medo de sofrer é temer a própria vida.

Ora, pro inferno com essa maldita serenidade, será que não podemos ser um pouco mais afirmativos em ações e sentimentos, será que não podemos assumir riscos, gozar, sofrer, viver? A vida não nos oferece segurança e este é seu maior defeito e melhor qualidade, a insegurança e a imprevisibilidade é nossa benção maldição, toda a beleza de existir esta contida em nossa capacidade de conhecer de e nos surpreender, conosco, com os outros, com as coisas. Até quando tentaremos nos convencer de que é melhor viver com uma sensação segurança do que viver com intensidade? A vida só vale a pena se vivida intensamente.... se vivida com paixão.

Aqueles que conhecem a história dirão: “Mas Werther morreu por essa paixão!” e é bem verdade, Werther morreu por Charlotte pelo amor por Charlotte, morreu por uma vida que só vale se for vivida intensamente. Nós, morremos todos os dias por temer essa mesma vida, morremos por medo..... morremos por nada.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

infame infancia

Cria. Criança. Infante. Infancia. Infantaria. Infame. Infanticidio.
Perdido. Passado. Esperança. Futuro. Destino.
Tino. Maduro. Duro. Adulto. Culto. Sorte. Morte.
Luto.

Quando uma coisa leva a outra. e vira Um.
estável, sólido, seguro. Confiável. Confortável.


Estranho.(?)(!)

[Provavelmente as coisas nao estao tao óbvias pra voce quanto estão pra mim, que obviamente ja tenho o sentimento e a ideia que eu quero trans-formar...certo? como também nao sabe o caminho que eu vou tomar, deve ou estar curioso ou achar que vou escrever mais uma série de coisas 'sem sentido'. como usual...(?)
Bem, se voce é passivel de alguma crença, te digo que nem eu sei muito onde isso vai parar...ou não sabia...]

Criar. Criança. Duas palavras que ao meu ver sao basicamente inseparáveis. mas se separam, claro.
Então me(te) faço uma pergunta:
Quando deixamos de ser?
[Criança e Criar]

Mais,
Quando criança deixa de ser um processo para se tornar um estágio, fase? quando deixa de ser um processo para ser um estado de espirito?
Quando CRIANÇA deixa de ser criança para ser outra coisa?

São perguntas que 'Estranhamente' me inquietam. [E voce pensa, porra, esse malandro nao tem mais o que fazer nao, né? nao trabalha? estuda? faz algo útil pra alguem!?...]

Quando a infancia vira infamia? quando ela nao tem crédito? quando ela é desprezada? quando ela nao tem direito a voz?

[Quando começamos a por julgamento e pre-conceitos em Tudo?]

Quando essa Infancia vira uma pureza romantica que "nao volta nunca mais"? [será que alguém 'ja foi' criança aqui?]

Quando nos tornamos ADULTOS? quando matamos a Criança? o CRIAR? Quando nos tornamos um saco de MATURIDADE rumo ao apodrecimento inevitável?

Quando assumimos uma rotina como o caminho mais seguro e rápido pra esquecer a Morte? Quando a Esperança vira desespero, descrença?

Quando morre o sonho e a fantasia? Quando já nao existe mais poesia? quando a Realidade te achata em uma linha de destino inevitável em que a Sorte e o acaso pouco importam? Quando o imprevisível vira certeza que vira o 'nao ter mais outro jeito'?

Quando o possivel vira Impossivel? Quando voce para de sorrir?

Quando voce para de fazer perguntas e tem só respostas prontas pra dar conta de tudo? Quando voce começa a achar perguntas demais insuportáveis e tem vontade de mandar a 'criança chata' pra putaqueopariu?

[E quando o QUANDO poderia ser COMO?]

???????????????????????????????????????????????????????????????????????

Ps. Imagina se essa porra de internet subentendesse interatividade?!

sábado, 11 de outubro de 2008

No Suprises


[Thom Yorke - Radiohead] A heart that's full up like a landfill A job that slowly kills you Bruises that won't heal You look so tired and unhappy Bring down the government They don't, they don't speak for us I'll take a quiet life A handshake of carbon monoxide No alarms and no surprises No alarms and no surprises No alarms and no surprises Silent, silent This is my final fit, my final bellyache with No alarms and no surprises No alarms and no surprises No alarms and no surprises please Such a pretty house, such a pretty garden No alarms and no surprises (let me out of here) No alarms and no surprises (let me out of here) No alarms and no surprises please (let me out of here)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quadradinhos!

Bem, acabo de chegar de uma 'palestra' sobre quadrinhos, roteiros adaptados para quadrinhos da literatura, pro cinema, etc. Infelizmente [ou felizmente] não foi tão boa assim. na verdade até foi, mas passei maior parte do tempo angustiado [que me faz estar escrevendo] com as abobrinhas que se falava por lá. Claro! tiveram muitas coisas que eu não fazia ideia sobre o mercado de quadrinhos e os bastidores da produçao que foram muito interessantes.

Tinhamos lá uma porçao de nomes que nunca tinha ouvido falar: Lobo, Arnaldo Branco, Carlos Patati, João Calvet, Leandro Assis, Hiroshi Moeda. [Bem, já faz tempo também que a pop'ularidade de um artista nao diz mais respeito a qualidade da sua obra. ninguem melhor que sua obra pra falar do artista]. Claro que eu nao sou nenhum ratao de quadrinhos, nem super cartunista ou roteirista, sei pouco desenhar. Mas sempre que posso leio alguma coisa boa que amigos emprestam[inenarravel Neil Gaiman], sem contar as coleçoes que eu tinha quando era muleque por torrar dinheiro [pelo menos essa é a visao que nossos pais fazem questao de incutir com relaçao a compra de Arte] do lanche com revistas.

Com o tempo cada um foi falando um pouco dos seus trabalhos, que em geral giravam em torno do assunto citado lá em cima [literatura pro quadrinho, quadrinho pro cinema, vice-versa].

Depois começaram as falaçoes. o que falava as coisas mais coerentes e interessantes era o Carlos Patati. e o premio 'abacaxi' foi pro Calvet![ele era Brilhante!]

Cito os dois em extremos opostos, pq felizmente o Patati contradizia [quase] tudo que o Calvet falava e fazia ele passar algumas vergonhas.
Como por exemplo, quando ele começou a falar que o prazo pra criaçao de qualquer projeto tem que ser na pressao, pq senao nao sai. subentendendo-se que artista é tudo preguiçoso e enrolão!

Me perguntei se esse cara já Criou algo de fato... e ja sentiu o que era querer trabalhar em uma criação e não ter o tempo folgado pra se dedicar a esse ato. se sentiu o que é ter que publicar, apresentar uma obra 'incompleta', contra a vontade do criador.

Felizmente nessa primeira afirmativa ele foi quase executado.[ainda bem]

Mas além disso, os egoicos participantes, que deviam estar com o culhao dando nó por nao estarem como estrela da noite, começaram a mostrar a cara e nao podia dar em outra coisa que nao em merda.[desculpem o preconceito, mas foi ridiculo]

E então, começaram a falar sobre a ausencia de 'capacitaçao' dos artistas brasileiros, que em sua maioria sao mediocres. que aqui, deveria ser que nem os estados unidos, com curso de especializaçao na porra toda.. onde qq merda vira curso de especializaçao [foda, qdo começa com essas comparaçoes impossiveis, só pode dar em impossivel]

Nessa hora o papo se perdeu por ai, fiquei muito angustiado por nao ter conseguido falar. pois estavam todos brigando bravamente pra dar a resposta do porque que nao se faz ARTE [em maiuscula] no Brasil. mas acho que eles nem tavam muito afim de se ouvir nao, quem dirá de construir uma resposta. No final nao ia fazer muita diferença se eu falasse.

Mas fiquei pasmo como antes de chegar até ai as pessoas queriam colocar parametros de mercado pra girar ao redor do ato criativo. e depois entram em um impasse sobre não existirem artistas competentes, justificados simplesmente pela mediocridade do publico leitor[consumidor] e que os artistas 'criam' pra esse público.

[nessa hora lembro de muitos conhecidos que saíram de um possível caminho artístico -seja qual for - para se adequar a um mercado de trabalho que os pais obrigaram ou acabaram vendo a construção de suas inclinações como idealismo utópico. Aposto que naquela sala muitos conhecem alguém que já passou por isso e se enquadrariam ou se enquadrarão nessa situação!]

E continuo a me perguntar se pode haver um público leitor sem que antes haja espaço prum corpo de criadores e, nao sei se fundamentalmente, que isso tudo seja valorizado socialmente? E quem PRODUZ, é o artista ou o PRODUTOR [cultural?] ?

Ai entraram várias outras perguntas na minha cabeça: qual é a classe ou de onde veio a maioria daquela plateia e daqueles artistas ali? como foi o processo de 'desenvolvimento' das habilidades deles e quem os possibilitou? eles nasceram genios, com 3 anos ja desenhavam um homem vitruviano ou entao escreviam roteiros de quadrinhos sobre suas aventuras de fraldas? eles criam por dinheiro ou por que precisam criar[independente da grana]? dá pra Criar e ganhar dinheiro? dá pra viver de criar arte própria? dá pra não seguir formulas de sucesso? dá pra apostar no novo?

E são as perguntas que eu deixo pra voces, pois nao fui capaz de faze-las...

a sedutora, brilhosa e suculenta Cereja na ponta do chifre do unicórnio

Pra driblar a morte inventei a fantasia
Pra melhorar a fantasia inventei os Deuses
Pra dominar os Deuses inventei Um DEUS
Pra contrariar a fé inventei a Razão
Pra brindar a razão inventei o Eu
Pra Justificar o Eu Eu inventei a Ciência
E pra simplificar Tudo Eu inventei o Consumo.

Depois do Consumo... do Consumo...

É... ficou difícil inventar Outra coisa.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Felixidade

[leia e cante como uma bela canção!]

Sou tão feliz agora!

(nada penso, nada sou!)
Como sou feliz agora!

São tão grandes! os momentos!
de felicidade!
Duram muito! como filmes!
horas de felicidade!

tão feliz agora!
(nada penso, nada sou!)
Como sou feliz agora!

nao ta certo, nao ta errado!
Moralize o seu rabo!
se sinta bem, confortável
depois de sujo tudo é lavável!

tão feliz agora!
(nada penso, nada sou!)
Como sou feliz agora!

uma vida, muito curta!
faço tudo pra nao tomar!
voce toma, bem no seu!
E que feliz sou eu!

tão feliz agora!
(nada penso, nada sou!)
Como sou feliz agora!

e agora vou embora!
vou embora me drogar!
drogas sao sempre necessarias!
para a vida suportar!

tão feliz agora!
(nada penso, nada sou!)
Como sou feliz agora!

eu me drogo, tu te drogas!
con-julguemos! vamos lá!
vamos juntos mundo afora!
vamos todos nos drogar!

[coro: 3x - com palmas]
Sou tão feliz agora!
(nada penso, nada sou!)
Sou tão feliz agora!


sou apenas... feliz... agora!!!
[solo de guitarra]

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cardápio

Humanidade...ai humanidade...
esse existir me excede. me sobra!
encho mais a cara mesmo sabendo que é 100% alcóolico-sanguineo...
explosivo, injetável, adorável, podre, insuportável, delirante, visceral...

e fico nessa bulimia: engulo, mal mastigando.
vomito.
engulo, rápido pra nao sair o gosto enquanto despedaço..
vomito.
como mais! e mais e mais!
vomito a porra toda de novo...

[pedacinho-por-pe-da-ci-nho]

Dá uma Ressaca fudida.

Mas não vou mentir dizendo que não corre nas veias...
claro que corre! porra.. e como corre!
e mijo e cago também. até arde.

e haja água!
Porque também dá uma secura fudida...

[É... chazinho de boldo ou soro?]

isso tudo pra esperar a morte sem sentido algum chegar?

porra! podia ta enchendo a cara com algum banquete transcendente de merda:
qualquer porra...
Divindades do caralho..todas e qualquer uma delas[todas supracitadas]
Essas porras desses fantasmas com prazo de validade que todo mundo adora!
Até me dou ao luxo de usar essas drogas de vez em quando[fraqueza?]...
tudo oferta pra Morte perder a hora...ou chegar mais rápido!

Mas é uma desgraça mesmo! quando se gosta é de sangue. humano.
uma quase vampiridão...

é foda.

Ai encho a cara de novo com essa merda . que sou eu. e de novo...fico entalado...
má digestão.. tudo queima.. não adianta.. refluxo..transborda..

relevar? não só se releva, granula.
e por isso vai ficando cinza. já nao precisa mais das cores.
cinza... pra piorá.
as cores somem. e a realidade aumenta.
não é a toa que dizem que o preto e branco faz as coisas ficarem mais reais,
mais cruas, mais fortes..

sinto o cheiro.
pelo cheiro. quando nao é pelo tato...
afinal, dizem também que o gosto é muito mais cheiro do que paladar...
cheiro...

(...)

"Mas voce nao precisa fazer isso..." como todos dizem, não?
faço... faço porque não espero...E quero. talvez tenha e nao tenha escolha!
Sou a morte desde que nasci. a minha e de todos. há escolha?
humanautofagia!
Mun-dano-auto-fagia!

digestão enjoo sangue vomito nausea merda mijo carne digestao vomito...

(...)

— O próximo prato, faz favor

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

já que o papo é eleição... e política(?)

Época desagradável. não tenho memória de ter achado outra coisa.
Será que alguém acha?
TER QUE escolher o 'menos pior' que é sempre uma representatividade de merda...
EM uma sociedade 'teleguiada' que nem mesmo tem tempo pra sua própria legitimidade e representatividade em espaços que dizem respeito a sua própria vida..blablablabla
Enfim, não vou me ocupar aqui falando o óbvio: que tudo fica imundo, caras sorridentes e hipócritas por todos os lados, caras bizarras, caras, números, sujeira, pessoas temporáriamente empregadas em campanhas que nao fazem sentido a nao ser o de garantir "um a mais"...
será que isso tudo faz sentido pra alguém?

Mas vamos ao acontecimento:
Tava passando pela cozinha daqui de casa, tava minha mãe e marisa [diarista que trabalha aqui em casa]. ouvi de longe um papo sobre em quem elas votariam, fui por curiosidade ouvir...
tavam falando que votariam uma no Eduardo Paes e a outra falando que votaria no Crivela [ô tristeza...] - Isso pq o papo era prefeito, pq qdo o papo é verador a tendencia é piorar...
então entro na cozinha e minha mae pergunta em quem eu votaria. Eu digo que isso é complicado, não sabia exatamente em quem eu votaria, mas sabia em quem não votar. E digo exatamente que jamais votaria no crivela e no eduardo paes. Ela me pergunta o porque, e com relaçao ao religioso dispensei comentários pra nao entrar em um embate religioso aqui em casa. Com relaçao ao segundo disse que jamais votaria em alguem apoiado pelo governo do Estado que vêm sucateando a educaçao em todos os sentidos [em especial a UERJ] e investindo tudo em violencia policial - vulgo 'CAVERAO' - única solução politica que agrada a populaçao 'insegura'(?).

É Nessa hora, pra minha surpresa, vira marisa e fala que os votos sempre tem haver com interesses pessoais...e que apoiava o investimento no CAVERAO e na polícia!
Eu fiquei chocado, pois nao sei se esse instrumento facista de exterminio passa na porta dela, mas provavelmente não, para aprovar isso! Pergunto então isso a ela...
Ela vira e diz que não passa, mas que é muito bem informada e que o caveirao só mata traficante, trabalhador só morre se ele se meter na frente de traficante como escudo!
Pergunto então o que ela faria se um traficante fosse da familia dela. Ela diz que o entregaria...

Então em alguma defesa da Vida, digo que ninguem tem o direito de decidir sobre a morte de alguem. pois tudo isso é produzido por TODOS, a pobreza, a violencia, as drogas...
Ela, muito bem informada diz saber disso tudo...

E o assunto termina.

E eu aliviado pelas pessoas muito bem informadas que me cercam, imagino com tranquilidade o pensamento da 'maioria' representada e representativa que produz essa doce realidade que vivemos...

E penso se o 'x' da questão é informação (?)...

Haja (in)sensibilidade...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Capitalismun-Esquizofrenol

Sabe, Querido...
As vezes me bate uma angústia, um vazio... coisa estranha...
Parece que tudo falta...

É como se as coisas não tivessem... não tivessem...
Não sei...

Não sei o que acontece comigo...
É realmente muito estranho quando me sinto assim...Não gosto, sabe?

Faz sentido, Querido?

Bobagem minha...

(...)

Mas do que falavamos mesmo, Querido?

Ah sim... Ir ao shopping comprar aquela luminária Linda pra Casa Nova...

Já está pronto, Querido!?

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E em Seu nome contou-nos um dia a Ciência:

"Eu sou a Verdade e a Vida...
A Doença e a Cura...
A Mentira e a Morte...

Nunca nenhum herdeiro sem-nome irá me destronar...

Guardem minhas palavras para que nunca cometam a Insanidade de sentir minha Ira!"

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[Mc Donald's + Coca-cola]

Nossa!
To Cheio! E você?

Também!?

Ai...
Tá batendo um mó sonão agora...

Acho que posso até dormir Feliz!

('happy smile')

Já É!
Uma Boa noite pr'ocê também!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

.

Dia de chuva

É quando a natureza permite [quase obriga] o diálogo entre Mim e Eu.

Espero não transbordar, nem afogar...
Só.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Olhar

O que pode um olhar?
Comunica, Controla, Julga, Afaga, Agride, Agrada, Troca...CRIA!

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As pessoas pouco se olham nos olhos do outro
As pessoas pouco se olham nos olhos
As pessoas pouco se olham
As pessoas pouco olham
As pessoas pouco

A Pessoa.


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Por que eu não olho pra você? Que pergunta!
Seu olhar me agride, me ofende, me assusta...
Quando eu olho pra você eu me olho.
Vejo o quanto eu sou assustado, o quanto eu tenho medo.
Medo de você.
Você quer me agredir?
Medo de mim.
Eu quero te agredir?

Droga de vida. Provavelmente a culpa é sua!
Sim, só pode. você que me olha. Você que me vê agora!
Devo estar nu.
O que me mostra o quanto sou fraco e frágil.
O quanto eu me submeto a tudo, o quanto você se submete.
Culpa sua. Não! Minha!
É!
Não!
Merda. É sempre de ninguém e de todomundo!Fraco...

Não me olha de novo. por favor, eu te imploro...
Se me olhar de novo, eu juro, to prometendo...vou esquivar...
Tentar.. É! Não vou retribuir o seu olhar.
Só não me interprete mal. Nem julgue...
Você consegue não julgar?
Acho que eu também não consigo...
É Foda! Não consigo nem parar de me julgar!

Me julgo em você, me julgo a partir de você...
Acho tudo isso muito injusto. Uma covardia sabe?
Acho simplesmente que não deveria existir outro. Um Outro.
É estranho. Alias isso é bastante estranho. território estranho...
Que medo!
Será que eu sou Eu, ou eu sou o que você acha que eu sou?

Será que eu sou capaz de lhe dar um sorriso? retribuir quem sabe...
Se meu rosto estampado de seriedade permitir tanto movimento muscular. Quem sabe?
É que eu não to muito acostumado. Ainda mais sorrir assim em território Inimigo.
Estranho. Na Rua. O que vão pensar de mim?
"Lá vai O tolo, rindo quando não há motivo pra sorrir!"
Vai que encaram como uma agressão, como achar graça de uma Vida tão dura?
Desgraça...Absurdo.

É. Tudo realmente é um grande e contraditório absurdo...

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Ei, para! Olha lá fora!

Olhar o que?

A criança ri. Os amantes amam. O pássaro canta. E o vento dança por entre as árvores!

Odeio a todos!

É uma pena que guarde isso só. Pois nenhum deles comporta tal sentimento ou sentido...

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E quanto ao olhar vazio, distante...

[Qual?
Esse?]

Ele Voa...

sábado, 20 de setembro de 2008

Falando em Economia...

—Como vai Sua bolsa de Valores?...

—Pois a Nossa vai mal...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

no que consiste uma sociedade?




Pela Morte do corpo enquanto prisão e seu re-nascimento em um aplificador de liberdade!

[nao, nao é religioso, nem fala sobre suicídio... ou fala? lê até o final preguiçoso! ;)]

Pela morte do corpo, não enquanto vida, nem suicídio.
tá neurótico? acha que só tem um jeito de ver as coisas?
que coisa mais presa! segura, fechada.. previsivel!
chatona!

Pela morte do corpo, enquanto prisão de forças.
que forças? desejo, amor, potencia, prazer...
por que o corpo enquanto clausura?
por que não o corpo enquanto libertação?
liberdade dessas forças e energias boas?
como? não deixando elas apenas passar, sentir e pronto, mas as re-produzindo!
intensificando! o que eu sinto que é bom eu gosto de compartilhar com os outros!

As forças tao por ai! todas! medo, ódio, violencia, amor, felicidade, tristeza, desejo, prazer...
como damos, re-produzimos o corpo-fora?
como deixamos de aprisionar no nosso corpo e intensificar essas potencias!? essas forças? sente, vai...
Tem que ser belo, estético, ético, potente, que sensibilize, que seja sensível! Arte!!!!

Sim, arte! toda! A VIDA COMO OBRA DE ARTE, novamente!

por exemplo a música!

corpo que potencializa a circulaçao de forças boas! todo mundo gosta de musicas boas!! prazer, desejo...
tem musicas que nao sao belas, sao puro gozo, prazer, desejo - o funk por exemplo, sem moralizar, mas olhando a forma da coisa. e o samba - tentando ainda nao moralizar - mas é gostoso em todos os sentidos, na letra, no ritmo! sambinha! aiai...que beleza!
tem as ruins tbm...mas voce quer re-produzir as ruins?as que nao produzem sensaçao boa, no sentido de sentir, potente.. que potencialize mais coisas boas...o que seriam músicas comerciais? as que só querem vender sem produzir o belo? criar apenas o gozo a-estético?sei lá!

até pq não esquece.. essas energias voltam.. sem fatalismo ou teorias espirituais, talvez elas até tenham sentido.. mas nao é preciso só fé pra sentir... em uma sociedade que a lógica e a razão sao ditaduras, usemos isso pra ajudar a sentir.. usar a "ciencia" pra ajudar a sentir.

É que nem uma onda sonora!
dessas ondas que passam pela gente e por qualquer corpo e ele pode ser resistencia a essa energia ou ele pode deixar ela se reproduzir livremente com mais facilidade...[quem diria que alguma coisa de fisica pudesse virar algo útil..hehehheeh]
talvez amplificá essa onda?!?energia?!vejamos o corpo como um amplificador! a mente como um amplificador!
amplificador e intensificador de todas as forças enquanto afeto, sentimento!

que TODAS passam por voce e atingem o outro quando voce dá forma!
atitude, açao! atividade!
como voce age?
como voce amplifica todas as energias e forças que o atravessam?
voce passa adiante ou retem todas pra voce.. tudo que seu corpo pode armazenar?! como voce transforma essas energias em MÚSICA, ARTE?!
como voce vem cantando a sua música?

Extravasa...porra, extravasa! isso.. gozando! mas com os outros! que ai a coisa vai se intensificando cada vez mais! Até porque nunca somos apenas um... mas isso é outra viagem e outro sentir...
ahhh! talvez isso aproxime, já cantou a mesma música que muita gente junta? num show? em qualquer lugar? lembra da sensaçao? arrepia, né? acho que é perto disso...

um 'blérg!'[assim, bem infantil mesmo, pra voce nao se sentir agredido] pra voce que é egoista!! pois a gente poderia tá curtindo junto!
Matemos o corpo! sejamos mais que ele! pois na verdade somos! produzimos tudo!
Tudo! nós! NOSSO! MEU só? jamais!
Libertar-se e libertar o outro!
Liberdade...e amplificar isso!!!

Cantemos a mesma música!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

455 - 00:00 - Presidente Vargas


1 REAL!

Moço, Preciso...
Me dá um
Trocado?

Moço, Preciso de 1 Real...

Moço, Preciso de
Um Real!

Moço, Me dá!
UM
REAL...
É Possível?

Moço! Preciso!
Me dá UM REAL POSSÍVEL!!!

Deus nos dê em dobro, Moço!
Deus nos dê
Em
Dobro...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

o zero

eu não acredito que o sofrimento seja oportunidade para o crescimento
eu não acredito em crescimento
eu acredito no sofrimento
quem inventou os parâmetros para definir o que seja o crescimento?
não seria o crescimento o efeito de uma adaptação a algo desagradável?
não seria o sofrimento a resistência a esse algo?
ser feliz é maravilhoso. sofrer é terrível.
transformação, o que dizer da pura transformação?
não há valoração na transformação, apenas diferença.
não é melhor, não é pior.
transformar-se é transtornar-se.
quando aquilo que nos constitui é abalado de forma significativa, o que esperar?
podemos tentar remontar o que se perdeu.
podemos tentar reinventar, a partir de uma nova configuração.
podemos implodir, começar do zero algum novo plano.
mas a verdadeira marca permanece.
a certeza plena da ausência da verdade.
a violência de todo tipo de fronteira.
a morte em todos os seus possíveis aspectos.
o peso.
o pesar pelo que não é mais.
pelo que foi.
pelo que virá, e assim um dia deixará de ser.
a pura ausência de sentido.
quando as intensidades não mais provêm do interior, elas têm que ser enfiadas.
bebidas, comidas, fodidas, socadas, cuspidas, sangradas.
é preciso de mais, demais. quando tudo é muito pouco.
a morte acena, a morte encena, a morte em cena.
o espelho da verdade.
espelho do nada.
morte, a palavra que representa o nada. a realidade que significa tudo.
perder o medo de morrer é perder a razão de viver.
razão de viver? viver de razão?
por um fio.
fio forte, espero.
espero.
espero.
desespero.
desperto?
não.
não agora.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

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Potencia! vulgo "felicidade"?

Eu as vzs só escrevo desgraça do mundo, que ele nao tem saida, essas coisas...olha, mas nao acredita se por acaso eu disser isso nao! pq o que nao falta é saida... na verdade entradas! pro próximo espetáculo! pra mais nova obra de arte!

é espetacular a sensaçao!

nossa!

é fantastico como as crises sao necessarias...
por tudo em cheque.. desconstruir, explodir.. desestruturar-se.. se permitir se desestruturar...sim! crise de paradigmas, pensamentos, repensamentos!

Ai vem a invençao! uhhh! a INVENÇÃO! vem ela! a criação.. a ORDEM e FORMA enquanto potencia!
como é espetacular conseguir se sentir potente pra inventar! é praticamente um gozo!
transformar qualquer situaçao.. se sentir potente para...!

não sei.. nao lembro de ter experimentado essa sensaçao sem alguma droga!
(e nao to falando só das moralmente reprovadas nao, to falando de qualquer uma! alcool, religiao, consumo, pornografia, musica, literatura, sei lá!!...)
enfim, qualquer uma que tenha sido o que estava ENTRE eu e a potencia ou felicidade! essas coisas que a gente deseja pra Poder se sentir bem. sabe! coisas que mediam, estao entre a gente e a felicidade! [as coisas sempre 'mediam'?]

mais ai é q ta.. isso nao se compra ou se coisifica, objetifica... se SENTE, se CRIA! dai vem a potencia..

q nao se compra como seu carro, tv, computador...etc..potencia, se cria! já disse e 'repito'[repetir é chato pra caralho mesmo!!]

E gozamos, criamos nosso proprio gozo.. assim como o semem que nosso corpo produz! [isso, porra mesmo!] damos a forma que queremos ao nosso desejo ao inves de deixar que criem o nosso desejo por nós.. que escolham a maneira que vamos gozar!

[o que? eu ouvi Mídia, publicidade, Mamae, papai, igreja, escola, Estado, governo, Ciencia, Faculdade, Trabalho? isso tudo cria seu desejo ou é voce?]


Há a capacidade de ver o que há de novo, o que há de brecha pra criar! criar infinitamente!?

Desejar tanto a potencia, será que é possivel se sentir assim o tempo todo?
não sei, vem a ORDEM! acalmamos a potencia.. a euforia... o extase..
a ordem se faz necessaria.. a forma se faz necessaria! o medo do CAOS e do descontrole.. ele assusta.. me assusta..te assusta provavelmente..

Mas e quanto a criar o proprio gozo?! criar enquanto gozo?!?!?!?!?! [não precisa ser ininterrupto, sejamos sensatos.. ninguem consegue ter energia pra fuder 24h por dia sem tirar!!sexo tantrico talvez? nao sei...]

ai vem o que é ÉTICA e ESTÉTICA!![nao a moral! me afasta disso que a tia e a mamae me ensinou, a qualificar tudo como certo ou errado! por favor! rompe com a porra desse teu édipo mal resolvidoe fala pra mamae q voce ja é grandinho e nao quer comer ela!] e a ética é: fazer a vida como uma obra de arte! putaquepariu!! POTENCIA!

cara, e se fosse tudo junto?! É MTO FODA quando eu crio aquilo q eu desejo. posso fazer isso sozinho.. ou coletivamente! quando todos desejam juntos!

Então se faz REALIDADE!

Nossa!

Entao criem! criem juntos!! desejem criar! desejem potencia, sejam potencia e sejam felizes! putaquepariu! nao é isso que te vendem todo dia? ao inves de comprar fabrique!! 'homemade'! é bem mais gostoso, vai.. comidinha caseira!

E É quando não criamos que viramos apenas mais uma maquina de re-produçao do mesmo! impotente... idiotizada... palida... chata pra caralho! repetitiva...
e deixamos a vida ser Governada por alguem que nao somos nós! FALAM ISSO O TEMPO TODO!! ELEGE ALGUEM AI! PORQUE VOCE NAO É CAPAZ DE GOVERNAR A PROPRIA VIDA!! E nao acho que os eleitos sao somente os politicos nao...

Ei! recobra ai a porra do volante! pq ta foda! mas recobra o volante e nao dirige só mesmo jeito nao! o mesmo carro nao! coloca asas nele, faz esse seu carro ganhar vida.. ter formas mutantes...potentes! e voa!

apartir dai iremos poder ver o outro sem querer bater nele, sem agredi-lo [nao só fisicamente, mas verbalmente, psicologicamente...] sem achar q ele é culpado por toda sua miséria existencial!
daí se faz mais potencia E COM o outro!

E se faz OUTRA REALIDADE POSSÍVEL!

E talvez se é FELIZ... ou seria POTENTE?

felicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotenciafelicidadepotencia!
[será que ta junto ou separado? nao seria entre? uhauhauha]

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ri-somen-se!! porra!

(esse post será dedicado as não-palavras e as açoes! Açoes sao palavras? palavras sao açoes? açoes sao açoes?vejam com os proprios olhos, bocas, corpos e ajam!! entra abaixo: é uma ordem!! - se é só assim que consegue tomar alguma atitude!)

http://www.rizoma.net/interna.php?id=183&secao=artefato (yomango)

http://midiaindependente.org/pt/blue/2007/10/398525.shtml (livro dos yomango)

http://www.rizoma.net/interna.php?id=221&secao=intervencao (ad-busters)

http://www.rizoma.net/interna.php?id=62&secao=hierografia (terrorismo poético)

(* o http://www.rizoma.net tbm é bom pra caralho! percam-se! [a internet nunca foi só inutilidade... talvez sua televisao seja!] em tom de ORDEM, ainda! ahuhuauhauhahu)

(não esta mais aqui quem falou!! =P)

domingo, 7 de setembro de 2008

Porque Poesia pra mim tem que ser:

Curta


Rápida _e
e FORTE!
Feito dose de cachaça.

Acho que como a Vida... assim...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

VIOLENCIA - [FORMAL?]

Porra. Não aguento.
de verdade.
Vivo me sentindo como uma esponja do tamanho de um mamute que tem que ser expremida até caber dentro de um enlatado!

"Porque enlatados são muito mais legais!"

Eles tem forma "anatomica" pratica, tudinho para caber perfeitamente dentro da sua despensa!ou seria dispensa?[fala o anuncio do mais 'novo'produto no seu Canal favorito]

foda-se.. só sei que eu dispenso todas as formas que ME DIZEM que eu deveria caber pra ser uma "pessoa melhor" - e as vezes nem precisa ser melhor, dizem que é pra ser um cidadão 'incluso em uma SOCIEDADE'! procaralho com a sociedade, ela é feita por homens porra!

Homens fazem essa merda, eu[bem cansado disso], voce, e alguns com um pouco mais de legitimidade e poder pra poder decidir o que vai passar na sua TV! ou entao que empregos vai ter! como vai ser 'educado'!

Os mesmos que viram pra mim e falam: que isso cara, ta exagerando, poderia estar pior, voce tem sorte de ter as coisas que tem.. como as tem...etc...
Ou entao: voce nao ta sabendo enxergar espaços pra criar dentro disso! linhas de fuga, linhas de deriva, rupturas, a putaqueopariu!

Não aguento! acho que não sou tao forte ou tão sectário pra aguentar sorrindo essas porras todas...ou talvez nao consiga ser tão malabarista pra criar e fazer graça na corda bamba! [personificando: até porque quantos circos - alem do de soleil - voce viu na sua vida nos ultimos anos? Quantos artistas - contando em uma mao - de fato CRIAM e são reconhecidos e tem espaço pra isso, pra existir!?]

é foda! tu passar a porra da vida inteira passando pelo processo de "formalização", "formação", "educação", "disciplinarização", "televisão", "cursinho de informática", "cuzinho de informática", "orkutinho de informática"... caralho!

Tudo pra caber dentro de ENLATADOS! cortado, fatiado, mastigado, esmigalhado! da melhor forma possivel pra que caiba dentro da FORMAAAA!!!!! Sendo que voce nao escolhe[?] ir parar dentro da forma! não tem nem tempo pra isso! já escolheram exatamente o rol de opções que voce tem que parecer! e pra quais formas voce pode ir parar dentro. tudo produzido e enlatado antes de voce pensar em escolher!

-"Senhor, vai ser sardinha ou ervilha?" "ahmmmm acho que voce tem cara de picles!" "não não, vieste de familia nobre, será salmão enlatado! ou talvez um caviar"

Acho o mundo violento pra caralho! e não to falando da violencia banalizada e resumida no que vemos nessas merdas de [tele]jornais, onde é fácil de mais chamar a atençao. Fácil de mais culpar algumas centenas de 'delinquentes' e dizer que pegam em armas porque nao tem educaçao, porque nao tem cultura [é foda, qdo a arte[q não é de massa] só serve docilizar os corpos], porque são traficantes, porque são degenerados, porque tem fome, porque nao tem DINHEIRO!

Porque se tivessem dinheiro, seriam homens melhores! estariam limpos e cheirosos, em uma universidade de merda aprendendo a ter um diploma pra limpar o rabo do patrão que vai dar algumas migalhas por toda sua infinita 'tecniciencia'.
Serão técnicos de merda! técnicos de merda.. com phd e MBA do caralhoaquatro que só servem a uma norma que os antecede!

Ou entao abrirao um negocio com o dinheiro do pai, ou entao poderao sofrer um pouco pra juntar dinheiro e abrir um negocio. Daí contratar funcionarios, que pagarão com a xepa do lucro! resto, que nao vai afetar em nada pra comprar sua mais nova TV de alta definição! ou entao o mais recente carro importado! Cobertura na praia! Hiate! Ilha! caralho! tenho até helicóptero! COMO SOU FELIZ!!! Será que isso tudo é possivel sem pobres e sofrimento? SEM VIOLÊNCIA!!

Adoro quando dizem aquelas perolas anacronicas: "mais o mundo era muito pior, muito mais violento, tinham guerras, tinham que caçar a comida, tinham a NATUREZA fora de "controle", as pessos nao tinha higiene, morriam fácil!"
"Hoje em dia, a vida é muito mais moderna, mais rápida, prática, agil, EVOLUIDA! SEGURA!!!"

PROSCARALHO!!!

Vai se masturbar com seu novo trabalho acadêmico, com sua nova filosofia de merda, com o livro mais grosso do FOUCAULT! Com o mais novo filme cult! coma a mais nova exposição de arte daquele artista japones no CCBB! ou com o seu carro novo que voce tem muito mais tesao em se sentir o foda do que em comer a mule que tu arrumou com isso![se bem que eu acho que ela tem mais tesao no seu carro tbm]

Qual será o seu FALO? o seu PAU? me diz vai, o que te dá mais TESAO? o que mexe com teu DESEJO? DINHEIRO? PODER? FAMA? ser o mais GOSTOSO? Ser o mais INTELIGENTE? SER O MAIS ESPECIAL!!!

Caralho, eu te digo: "eu quero ser o que eu quiser ser. E o que eu quero ser eu ainda to inventando! [Ninguem escolheu nem vai me dar o leque de opções!]não ter pressa! não ter sorte! não ter contato[Quem Indica]! não ter dinheiro! não ter status! não ter técnica! não ter que ter 'uma forma'!"
Quero amar e viver ao lado dos que eu gosto sem ter que matar, morrer ou fazer sofrer pra poder me sentir bem, pra sobreviver!

QUERO NÃO TER QUE PENSAR QUE O MALANDRO QUE TA DO MEU LADO NO ONIBUS É UM FILHADAPUTA PORQUE TEM A BUNDA GRANDE E OCUPA MAIS ESPAÇO QUE EEEEEUUUUUUUUUUU...EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EU EUEUE UEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEU EUUUUUUUUU? PORQUE ELE FEDE E EU SOU OBRIGADO A SENTIR O CHEIRO DO SEU TRABALHO DE BAIXO DO SOL? PORQUE ELE ME PERTURBA NO SINAL? PORQUE ELE ME ASSALTA? PORQUE ELE ME AGRIDE E EU O AGRIDO!!!!!!!!!???

QUEM SERÁ QUE VAI SER O PRIMEIRO A QUERER DOMAR E A DOMESTICAR A MINHA ANGUSTIA EM DOCILIDADE E CONFORMIDADE? VOCE!? SIM PROVAVELMENTE! NÃO TE ODEIO POR ISSO.. VOCE SÓ TA QUERENDO QUE EU SEJA FELIZ COMO VOCE! NAO VEJO NADA DE ERRADO NISSO, MAS SERÁ QUE VOCE NAO TÁ SENDO AGRESSIVO?!

EU TO SENDO AGRESSIVO?

PENSA PORRA!!!!!!!!!!!POOOOOOORRAAAAAAAAAAAAAAAAA!!CONTRADIÇÃO!!! ESSA MERDA TODA É UMA 'ETERNA'[?] E VIOLENTA CONTRADIÇÃO!!! MAS TE JURO QUE EU AINDA VIVO COM A UTOPIA DE QUE ESSA PORRA PODE E EU POSSO CONTRIBUIR CRIANDO PRA SER DIFERENTE!

ENTAO POSSO[PODEREI] SENTIR E CRIAR O BELO[QUE NAO É O PAGODEIRO DE MERDA], O POTENTE!
SEM QUASE ME SUFOCAR TENTANDO!

BEIJO! TE AGRADEÇO POR ME LER E EXISTIR! E TALVEZ ME SENTIR...