sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tudo faz parte da mesma história (in)comum.

O que fazer quando as luzes se apagam e as sombras refletem os medos...
Sobre a minha cabeça o balançar lustres acesos, com a intensidade de luz lunar em noite de verão, de algum modo faz a escuridão cintilar em espiral...

“Eu estava mais do que cega, presa nas circunstâncias. Você já foi convidada por um argentino, que se dizia grego, para passar a noite no barco dele? Eu já!”


E enquanto ela tenta lembrar o que foi que aconteceu em nós, que nos trouxe até aqui, ressaltando as passagens poética e felizes, eu recordava das dores que me levaram até ela, dos adeuses que foram necessários, das distâncias, das lutas sem oponentes, do gosto de sangue na boca que trouxeram o fel da felicidade até nós.

Eu fecho os olhos e as histórias se confundem, o mar invade a serra e o deserto acaba em asfalto. Os gostos se misturam, cereal com tangerina, sua boca com a minha em uma profusão de ausências.

Como se estivesse indo de volta para lugar algum, onde comecei a viver.

Um sentir falto do vazio que era bordado com minúcia nas nossas almas pelo tempo que corria rápido demais. Um surfar naquelas ondas que ditavam as palavras. Era como estar novamente nas boates que só apareciam quando estávamos bêbadas demais para lembrar. Experimentar de novo os sentimentos que só se faziam presentes quando já não sabíamos quem éramos... Os erros que só se mostravam no escuro dos quartos e nas luzes dos bares.

Sei que: nosso amor antes de ser feito de momentos felizes foram misto de sangue e lágrima de outros amores, mas mesmo se eu traçar o caminho de volta, mesmo se eu recordar o porquê e os porém, não vou chegar nem perto do motivo e das causas que ela tenta esquadrinhar com sua caneta e com os momentos felizes, talvez eu esteja errada e deva apenas esquecer do passado e de seus caminhos tortos!
Ou talvez seja o fato de eu deixar dorir as memória que possibilite adocicar o presente. Vai saber...

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