sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Tem vagabundo que é foda...

Tem vagabundo que é foda...
acorda cedo e veste uma roupa que não gosta, mas foi convencido que gosta. Logo depois toma um suco que é amargo, mas finge que é doce. Sai de casa e entra num carro que ele foi levado a acreditar que precisa, mas não precisa. Vai pra um trabalho que acha que escolheu, mas não escolheu. Sai fim de semana e faz programas que acha que são divertidos, mas não são. Come uma uma mulher que acha que é legal, mas não é. Dorme sozinho achando que é independente, nunca foi.

Como é que pode vagabundo ser tão miseravelmente igual, a ponto de não ser diferente de nada pelo simples fato de não ser porra nenhuma?

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Tem Cúlpa Eu?

Desde bem pequeno sempre foi assim: o bom e o mau. o feio e o bonito. o certo e o errado. culpado e vitima. carrasco e condenado.
A coisas sempre foram tao quadradinhas...tão perfeitamente esquadrinhadas. separadas. nada se mistura. raramente troca de posição.

Crescemos vendo, pelo menos creio a minha geração[talvez a tua também] desenhos animados, filmes de sessao da tarde, filmes da disney, novelas da globo. Literatura? ta maluco, porra.. no maximo um gibizinho da turma da monica. coisas pra criança...

ok! desenhos, filmes da sessao da tarde[nem tanto, vai], filmes da disney, gibis, sao bem legais, concordo! mas porra.. continuar olhando pra isso tudo da mesma forma babaca que mamae ensinou que a criança pura deveria ver é foda!

E mesmo que mude...[tudo muda, voce me diz pra eu calar a boca]Muitas vezes nao muda muito nao. crescemos. e nesse crescimento as mesmas lentes de olhar o mundo. o mesmo oclinho, as vezes com um remendo ou outro de esparadrapo. as vezes se soma o gosto um pouco pela violencia. as vezes se subtrai.
Em geral se insiste que as coisas nao mudam não! Mesmo que mudem bizarramente![ai vem a previsibilidade, essas merdas todas que faz todo mundo se sentir bem e seguro - peraí, mas nao era isso que mamae queria??]

ai sempre tem um imbecil: "peraí, voce ta querendo culpar a mamae por isso tudo?!" Não, porra! se tivesse procurando culpado, talvez ja tivesse tentado uma execução! no final.. somos todos suspeitos!

"uhhhh... que afirmaçao perigosa, hein!?" com medo, vai dizer o fraco covarde!

é... mas nisso tudo, além de perceber que procurar culpado é uma coisa burra, acho que o mais foda é sentir o quanto os lugares são tão frágeis e fácilmente reconfiguráveis. o mau e o bom podem trocar de papeis rapidamente, assim como ser mau E bom ao mesmo tempo! Ai que a gente rompe com a formulinha fácil pra débilmental...talvez até uma criança percebesse tal coisa se um adulto sensível explicasse isso pra ela!

Mas não quero parar por ai. quero ir um pouco além. já parou pra pensar por exemplo o quanto uma vítima pode ser opressora? ela enquanto indefesa vítima pode por o seu algoz, carrasco[nesse caso nem tanto assim a serviço da 'lei'] em um lugar de culpado único por ela no lugar de vítima. "Sofro, pois o Mundo me oprime". "sou vitima das circunstancias". "não escolhi estar aqui, escolheram por mim".

Cá entre nós, é facil pra caralho se isentar da responsabilidade e se colocar em um lugar confortável, passivo, vitimizado[creio que nem sempre seja tão simples escapar ao lugar de vítima], coitado! porra... como se quem desse o cú só recebesse! além do fato de ter querido dar, abriu a porra da rosca! e depois vai e diz: "ai.. to com hemorroida por que era[um] grosso!"[tu viu que era grosso e ainda curtiu - apesar dele ter forçado pra machucar de sacanagem!]

AHHH!VAI TOMÁ NO CÚ EM TODOS OS SENTIDOS POSSIVEIS!!

Se tudo fosse tão simples assim, fácil, observável, identificável, representável, legível... o caralho de palavra que quiser... o Mundo nao era esse "samba de crioulo doido" que todo mundo sabe[melhor, sente], mas pintam ele de branco e te dizem[e tu passa a vida inteira acreditando] na escola que usa terno engomado, gel no cabelo, acorda todo dia as 6 horas da manha, vai pro trabalho, volta, assiste TV com a familia na hora da janta e dorme aproximadamente as 10 da noite!

Tomá no cú de novo!

E antes de se por no lugar de vitima, ou vomitar qualquer julgamento tosco a la filmes da disney, lembre-se: tu pode tá sendo mais filhadaputa que quem voce diz[pensa] que tá [te] fudendo! E quem ta [te] fudendo pode estar sofrendo por nao ter visto outra opçao senao [te] fuder! (complexozinho pra caralho...)

É uma merda mesmo, Abraço!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Porque esperar ônibus é sempre uma merda!

Sendo ridículamente temático, mas infelizmente pela ausencia de criatividade maior e pela força de realidade desse video que uma vez eu vi no 'youtube'...nao tem como nao ser ele!

Cá está o link... que vejam e ouçam... Ele fala bem, bem pra caralho do que é esperar um ônibus!
http://www.youtube.com/watch?v=fWHoLBWScYs&feature=related

até o proximo 'ponto' =P

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mapeamento afetiv-libidinal da Visconde de Pirajá

Ao longo das seis horas de trabalho, tenho uma que é de almoço. Como bom pé-rapado, sempre levo minha quentinha de casa - afinal, pagar para comer em Ipanema é um suicídio financeiro, se você não é gringo ou um feliz morador da Zona Sul do Rio.
Então... mesmo com minha quentinha a tira-colo, que reduz meu tempo de almoço a míseros vinte minutos, faço questão de dar uma voltinha depois de comer. Hábito saudável? É essa a minha desculpa... "é para assentar a comida", costumo dizer. Mas a verdade, a verdade verdadeira esconde-se nas profundezas do íntimo desejo masculino: ver as beldades da rua. E em Ipanema não faltam.
No início, eu dava aquela clássica voltinha na praia... andava até a Vinícius de Moraes, dava a volta na praia até a Garcia D´Ávila, e voltava pra Visconde. Mas com o tempo percebi que as melhores mulheres não estavam na praia: ou, seria melhor dizer que as mulheres da praia não estão no calçadão, mas na areia!
O ouro mesmo está na própria Visconde de Pirajá. Mulheres indo para o trabalho, vindo do trabalho, vestidas de seriedade e olhando (quase) sempre para a frente, sem desvios de olhar. Funcionárias de lojas de roupa, de lanchonetes, de livrarias...
E o tempo foi passando, e minhas voltinhas pós-almoço foram se mostrando, muitas vezes, frustrada. "Poxa, topei com poucas mulheres dessa vez", falava comigo mesmo.
Uma coisa é certa: dia chuvoso, nublado, menos mulheres na rua. FATO. Mas há certas minúcias que comecei a me dar conta. Reparei que as calçadas da Visconde que concentram mulheres variam de um trecho para outro. Se eu parto da Joana Angélica em direçao ao Leblon, por exemplo, a concentração no primeiro quarteirão é na calçada da esquerda - onde há lojas. No quarteirão seguinte, passa a ser na calçada da direita. Onde também se concentram lojas. E daí em diante. Agora, se for no sentido contrário, da Joana Angélica para a Pça. General Osório, o mulheril se concentra na calçada da direita, sem parar. O único quarteirão que é páreo-duro entre as calçadas é justamente entre a Joana e a Vinícius.