segunda-feira, 18 de abril de 2011

Danilo e Danielle: sobre a breviedade do amor.

Danilo se perdia nas curvas de Danielle mas era em outras esquinas que ele derrapava.

E assim começa e termina mais uma história comum com personagens ordinários...Mas estão são as melhores não são?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tudo faz parte da mesma história (in)comum.

O que fazer quando as luzes se apagam e as sombras refletem os medos...
Sobre a minha cabeça o balançar lustres acesos, com a intensidade de luz lunar em noite de verão, de algum modo faz a escuridão cintilar em espiral...

“Eu estava mais do que cega, presa nas circunstâncias. Você já foi convidada por um argentino, que se dizia grego, para passar a noite no barco dele? Eu já!”


E enquanto ela tenta lembrar o que foi que aconteceu em nós, que nos trouxe até aqui, ressaltando as passagens poética e felizes, eu recordava das dores que me levaram até ela, dos adeuses que foram necessários, das distâncias, das lutas sem oponentes, do gosto de sangue na boca que trouxeram o fel da felicidade até nós.

Eu fecho os olhos e as histórias se confundem, o mar invade a serra e o deserto acaba em asfalto. Os gostos se misturam, cereal com tangerina, sua boca com a minha em uma profusão de ausências.

Como se estivesse indo de volta para lugar algum, onde comecei a viver.

Um sentir falto do vazio que era bordado com minúcia nas nossas almas pelo tempo que corria rápido demais. Um surfar naquelas ondas que ditavam as palavras. Era como estar novamente nas boates que só apareciam quando estávamos bêbadas demais para lembrar. Experimentar de novo os sentimentos que só se faziam presentes quando já não sabíamos quem éramos... Os erros que só se mostravam no escuro dos quartos e nas luzes dos bares.

Sei que: nosso amor antes de ser feito de momentos felizes foram misto de sangue e lágrima de outros amores, mas mesmo se eu traçar o caminho de volta, mesmo se eu recordar o porquê e os porém, não vou chegar nem perto do motivo e das causas que ela tenta esquadrinhar com sua caneta e com os momentos felizes, talvez eu esteja errada e deva apenas esquecer do passado e de seus caminhos tortos!
Ou talvez seja o fato de eu deixar dorir as memória que possibilite adocicar o presente. Vai saber...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

CASO SÉRIO

Sem hora marcada ela apareceu na minha porta, feito assombração irrompeu sala adentro preenchendo o ar com seu perfume. Era difícil encará-la avivava memórias que eu me esforçara a esquecer, respirei o mais fundo que podia e a olhei nos olhos e para o meu azar vi o mesmo sorriso que me conquistou anos atrás.

Como ela era capaz de manter depois de tantos anos o mesmo sorriso juvenil, o mesmo frescor? O tempo ao foi tão bom comigo, minhas feições denunciavam os anos, aos meus sonhos somaram-se rugas, meus devaneios perderam aos poucos a coragem, o fervor, sorria com os poucos dentes que lhe restavam.
O que ela queria de mim? Seja lá o que fosse eu estava disposta a dar-lhe tudo, daria tudo para que ela saísse dali, da minha sala, da minha vida. Ela abriu os braços esperou um abraço que não veio.

- Não mereço um abraço?

- O que quer?

- Que me responda uma pergunta.

- Certo. Então pergunte, seja breve estou esperando companhia.

- Sério? Uma Garota nova?

- Era isso que queria perguntar, se estou saindo com alguém, que importância isso poderia ter pra você agora?

- Não é isso que quero saber.

- Então o que?

- Queria te perguntar se você lembra o nome daquela música que costumávamos cantar?

- Ãhm? Música?

- Sim, aquela música, cantávamos sempre, não lembra? Sempre que saíamos ela tocava, não importa onde íamos, ela sempre tocava e quando não tocava nós enchíamos o saco dos DJS para que ele tocasse... Não consigo me lembrar do nome.

SORRI.

- Você nunca lembrava do nome.

- Eu sei, por isso vim te perguntar.

- Eu também não me lembro, bebia muito naquela época, eu não lembro de muita coisa.

- Uma pena.

- O que?

- Uma pena que você não se lembre.

- Bom, você também não lembra então estamos quites.

- Isso quer dizer que você realmente me esqueceu?

- Eu não te esqueci...

- Mas não lembra da música...

- É, não lembro da música, mas me lembro muito bem de você ter me trocado por um cara qualquer e sumido...

- Você não muda não é? Sempre se apega as coisas ruins e não lembra das partes boas...

- Olha já esta tarde, se era só isso que você queria eu não posso te ajudar, me dá licença que eu...

- Vai se encontrar com a menina da vez...?

- Não é a menina da vez, é A menina...

- Achei que eu fosse A menina...

- Não se superestime, ok?

- Mas foi você que me disse, disse que ia me amar...

- Cala a boca! Não ouse terminar a frase. Não importa o que eu disse antes, simplesmente não importa...

- Ok... Ainda me odeia?

-Não perderia meu tempo t odiando.

UMA LÁGRIMA.

- Então é isso, acho que vou indo...

- Vá.

- ...

- E não volte!

Ela recolheu seu sorriso, prendeu o cabelo em um coque, eu recolhi minha mágoa e antes que ela fechasse a porta atrás de si eu disse: “Caso sério”.

- Ãhm?

- O nome dá música... Era caso sério.

- Sim, era este o nome, obrigada, não esqueço mais.

E saiu cantarolando

“ você e eu somos um caso sério, refrão de um bolero, dose dupla, Românticos em cuba-libre...”