sábado, 3 de janeiro de 2009

Entre um seriado e outro eu penso...

Que fuga derradeira é esta que executamos com tanta maestria pelas esquinas e que insistimos em chamar de vida?

Mudos como a morte perigrinamos infatigáveis, passando por alturas que não vemos e tomamos como planícies assim como nossas supremas certezas, retas e lineares, atravessamos cegos, buscando nos desconhecer, gritando "SIM" para todos os cruzamentos(ansiando a colisão, daquelas que não deixa nem rastro), ignorandos as pontes.

Não tem solução, é como destes quadros tortos na parede que ficamos compulsivamente tentando indireitar( pensamos: a culpa é do gancho, do prego, do martelo, da parede, a culpa é do quarto...) mas se alinharmos a moldura é a gravura que fica torta.

Um comentário:

tutaméia disse...

Sabemos, sem margem de dúvidas, que estamos a beira do abismo.
Tá vindo dos céus, das cegonhas, das abóboras um bando de seres destinados a beirar esse abismo eternamente; humanos-seres impossibilitados de germinal uma só grande idéia.
Sâo vendados, empurrados para que sigam em extensas filas rumo um buraco qualquer.
Não se aflingem, nem se cansam de ficar em pé, vivem o ontem, vivem o hoje e nem cogitam um amanhã.
Aguardam estáticos sempre atrás de alguém; nunca andam para a frente...
O único medo é o de olhar as enferrujadas correntes que atam os pés pois um tropeço basta, para que a fila inteira caia.

No fim do buraco, há um amontoado de carne; comida de urubu;
As correntes são rapidamente recolhidas, antes que as cegonhas jogem de novo outros tantos seguidores de fila. A mesma podre fila rumo o eco da desordem de um buraco negro qualquer...